Por Rodrigo Garcia-Cerde
Usando informações do inquérito “COvid-19 and you: mentaL heaLth in AusTralia now survEy (COLLATE)”, os autores avaliaram a associação entre fatores “distais” e “proximais” com o aumento no consumo de álcool durante a pandemia de COVID-19 entre 4462 sujeitos. As variáveis avaliadas consideradas como “distais” (aqueles que predispõem ao aumento no consumo de álcool e que já existiam antes do início da pandemia) foram sexo, idade, morar só, renda, antecedentes de doenças mentais e beber pesado antes da pandemia. Já, as variáveis “proximais” (aquelas relacionadas com o incremento no consumo de álcool e que apareceram depois do começo da pandemia) foram ter emprego, estilos de vida (sono, alimentação e exercício físico), ser trabalhador da saúde e estado de ânimo. Os desfechos das regressões logísticas mostraram que, no caso das variáveis distais, beber antes da pandemia, ter entre 25 e 49 anos de idade e ter maior renda estavam associadas ao aumento no consumo de álcool. Na avaliação das variáveis proximais, encontrou-se que dormir menos, dormir mais, comer mais, ter perdido o emprego e ter níveis altos de depressão e estresse estiveram relacionadas com o incremento no consumo de álcool. Os achados deste estudo fornecem informação sobre o perfil das populações em risco para incrementar o consumo de álcool em épocas de desastre e também sobre os fatores sociais e individuas que acompanham a experiência de um desastre e que podem incrementar o consumo álcool.
Comments