O estudo intitulado "Links between adolescent binge drinking and midlife alcohol use behaviors by age, sex, and race/ethnicity" examina os impactos do consumo excessivo de álcool na adolescência sobre os comportamentos de consumo de álcool na meia-idade, considerando diferenças etárias, de gênero e de etnia. O artigo utiliza dados do painel longitudinal Monitoring the Future, que acompanha indivíduos nos Estados Unidos desde o ensino médio até a meia-idade. A pesquisa, que contou com 5.180 participantes, destaca como o binge drinking aos 18 anos está fortemente associado ao aumento de consumo médio e à prevalência de consumo de alta intensidade em adultos de meia-idade, com impactos variados entre homens e mulheres e entre grupos étnicos.
Os resultados apontaram que, entre adultos de meia-idade (35-60 anos), aqueles que relataram binge drinking aos 18 anos apresentaram, em média, maior quantidade de consumo em dias típicos e maior número máximo de doses em uma única ocasião nos últimos 30 dias. Para ambos os sexos, aqueles que consumiram cinco ou mais doses em um curto período aos 18 anos tiveram maior probabilidade de relatar binge drinking e consumo de alta intensidade (oito ou mais doses para mulheres e dez ou mais para homens) na meia-idade. Este padrão foi ainda mais expressivo em mulheres, que mostraram uma conexão mais forte entre o binge drinking na adolescência e o consumo de alta intensidade em idade adulta. A pesquisa também indicou que o impacto do binge drinking na adolescência tende a se acentuar conforme os indivíduos envelhecem, sendo um preditor mais forte de consumo elevado e de alta intensidade em adultos mais velhos.
A análise por etnia revelou que adultos brancos reportaram um consumo médio e máximo mais alto, além de maior prevalência de binge e consumo de alta intensidade, em comparação com adultos de outras etnias. No entanto, aqueles identificados como negros, asiáticos ou hispânicos apresentaram menor prevalência de consumo pesado, embora os que consumiram álcool tivessem um risco maior de desenvolver problemas relacionados ao álcool.
Este estudo evidencia como o comportamento de consumo na adolescência pode se perpetuar ao longo da vida, com repercussões especialmente significativas em indivíduos de meia-idade. Os autores sugerem que a identificação de adolescentes em risco e a intervenção precoce são fundamentais para reduzir os impactos do uso de álcool a longo prazo. As descobertas ressaltam a necessidade de estratégias de saúde pública para mitigar os efeitos do consumo excessivo, com políticas que reconheçam a influência de fatores sociodemográficos e ofereçam suporte adequado para os diferentes grupos ao longo do ciclo de vida.
Acesse o estudo na íntegra em:
Patrick, Megan E., et al. “Links between Adolescent Binge Drinking and Midlife Alcohol Use Behaviors by Age, Sex, and Race/Ethnicity”. Alcohol, Clinical and Experimental Research, vol. 48, no 11, novembro de 2024, p. 2060–69. DOI.org (Crossref), https://doi.org/10.1111/acer.15435.
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