Um estudo global abrangente sobre cigarros eletrônicos e seus efeitos na saúde destaca riscos significativos relacionados ao seu uso, com ênfase naqueles usuários de cigarros eletrônicos sem histórico de tabagismo previo especialmente os mais jovens. A pesquisa, encomendada pelo Departamento de Saúde Australiano, reuniu evidências de revisões sistemáticas independentes realizadas em diversos países e análises próprias, abordando tanto os efeitos diretos na saúde quanto os impactos no comportamento tabagista.
As evidências publicadas indicam que o uso de cigarros eletrônicos de nicotina aumenta os riscos de resultados adversos para a saúde, incluindo dependência, envenenamento, toxicidade por inalação (incluindo convulsões) e lesões pulmonares (em grande parte, mas não exclusivamente, atribuíveis a produtos contendo THC/acetato de vitamina E). Os dispositivos também podem causar traumas e queimaduras, principalmente devido à explosão de baterias de lítio. Há evidências de efeitos adversos na saúde cardiovascular (incluindo pressão arterial e frequência cardíaca) e na função pulmonar.
Há também evidências substanciais de que os cigarros eletrônicos com nicotina podem causar dependência naqueles que não eram tabagistas previamente, principalmente entre crianças e adolescentes. Os jovens que não são tabagistas e que utilizam cigarros eletrônicos têm cerca de três vezes mais probabilidades de começarem a fumar tabaco e de se tornarem tabagistas regulares em comparação com aqueles que nunca fumaram cigarro eletrônico. Além disso, há evidências limitadas de que cigarros eletrônicos com nicotina, quando utilizados com apoio clínico, sejam eficazes para tratamento da cessação do tabagismo.
Os pesquisadores recomendam esforços regulatórios para reduzir o uso de cigarros eletrônicos, especialmente entre aqueles que não são tabagistas e entre os jovens. Enfatizam a necessidade de evidências de melhor qualidade sobre os efeitos à saúde, a segurança e a eficácia dos cigarros eletrônicos como auxílios no tratamento de cessação do tabagismo. Em resumo, o estudo ressalta a importância da abordagem cautelosa diante dos riscos cientificamente plausíveis associados ao uso de cigarros eletrônicos, especialmente entre as gerações futuras.
Para mais detalhes, acesse o artigo:
Banks, E., Yazidjoglou, A., Brown, S., Nguyen, M., Martin, M., Beckwith, K., Daluwatta, A., Campbell, S., & Joshy, G. (2023). Electronic cigarettes and health outcomes: Umbrella and systematic review of the global evidence. Medical Journal of Australia, 218(6), 267–275. https://doi.org/10.5694/mja2.51890
Comments