Por Mireille Almeida
Pesquisadores dos Estados Unidos e da Holanda realizaram uma parceria e investigaram, através de um inquérito online, o impacto inicial da COVID-19 em mais de mil pessoas com transtornos alimentares nos dois países. Os principais resultados demostraram efeitos significativos sobre o próprio transtorno alimentar pré-existente, com destaque para preocupações e comportamentos que reforçavam o diagnóstico prévio. Por exemplo, indivíduos com anorexia nervosa demonstraram aumento de restrição alimentar e medo de não encontrar alimentos compatíveis com seu plano alimentar, enquanto pessoas com bulimia nervosa e compulsão alimentar relataram aumento dos episódios de compulsão alimentar e dos impulsos para compulsão.
Outros achados importantes entre os participantes dessa pesquisa foram o crescimento acentuado da ansiedade e a maior preocupação sobre o impacto do COVID-19 em sua saúde mental em comparação à saúde física, incluindo o risco de recaídas relacionadas às circunstâncias recentes. Destaca-se ainda o reconhecimento da opção de teleatendimento enquanto ferramenta de tratamento, apesar de suas limitações. E, surpreendentemente, os entrevistados também observaram efeitos positivos da atual pandemia, como maior conexão com a família, mais tempo para o autocuidado, e motivação para se recuperar.
Fonte: Termorshuizen et al, 2020
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