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Os governantes deveriam intensificar seus esforços para combater o consumo prejudicial de álcool

Investir em políticas de redução do consumo nocivo de álcool salvaria milhões de vidas. Os benefícios econômicos de implementá-las também seriam muito maiores do que os custos, de acordo com um novo relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).


Estima-se que a cada 1 dólar investido na prevenção do uso prejudicial do álcool, até 16 dólares são retornados em benefício econômico, excluindo o impacto nos negócios relacionados ao comércio de álcool.

A análise de 52 países da OCDE, União Europeia e Grupo de 20 (G20) mostra que a expectativa de vida será 0,9 anos menor nos próximos 30 anos devido a doenças e lesões causadas pelo consumo de mais de uma dose de bebida por dia para as mulheres e 1,5 doses por dia para os homens. Essa estimativa varia amplamente entre os países, no que reflete o nível de consumo de álcool e a prestação de serviços de saúde. As maiores reduções na expectativa de vida são estimadas nos países da Europa Central e Oriental.

Doenças e lesões causadas pelo consumo de álcool (acima de 1/1,5 dose de bebida por dia) causam custos médicos equivalentes a cerca de 2,4% do gasto total com saúde a cada ano. Combinado com o impacto na produtividade da força de trabalho, estima-se que o PIB será em média 1,6% menor, anualmente, nos países da OCDE nos próximos 30 anos, variando de 0,2% na Turquia a 3,8% na Lituânia.

O relatório inclui uma análise do impacto da pandemia COVID-19 nos hábitos de consumo de bebida alcoólica. Ele encontra um número maior de pessoas relatando um aumento no volume e na frequência do consumo de álcool em comparação com o número que passou a beber menos. Na Alemanha, no Reino Unido e nos Estados Unidos, as vendas de álcool aumentaram ligeiramente, de 3 a 5%, em 2020, em comparação com 2019, de acordo com estimativas preliminares.

Durante os lockdowns, mulheres, pais de crianças pequenas, pessoas com renda mais alta e aqueles com ansiedade e sintomas depressivos, relataram um maior aumento no consumo de álcool, por exemplo, na Austrália, Bélgica, França, Reino Unido e Estados Unidos. As chamadas de emergência para violência doméstica aumentaram 60% nos países da União Europeia.

O relatório revela que os padrões nocivos de consumo de álcool, como o consumo excessivo e o consumo por menores idade, são altamente prevalentes em alguns grupos populacionais. O consumo excessivo de álcool mensal é um hábito presente em um a cada três adultos nos países da OCDE. As mulheres com ensino superior e as pessoas com baixa e alta renda estão particularmente em risco.

A análise dos esforços nacionais para reduzir o consumo prejudicial de álcool revela que, em muitos países, a implementação de políticas locais e sua eficácia são prejudicadas por uma implementação deficiente, recursos limitados ou problemas práticos.

Uma abordagem abrangente, incluindo a limitação da promoção do álcool para crianças, melhor fiscalização policial para prevenir acidentes de trânsito relacionados ao álcool, ampliação da cobertura de aconselhamento para pacientes com consumo prejudicial de álcool e políticas de preço para limitar a acessibilidade ao álcool, teria um maior impacto, de acordo com o relatório.





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