Por Rodrigo Garcia Cerde
O controle de acesso ao álcool é considerado uma estratégia de alta efetividade para reduzir seu consumo e, consequentemente, as consequências negativas na saúde dos adolescentes. Estudo publicado recentemente por pesquisadores da UFMG avaliou a relação entre a densidade de estabelecimentos de venda de bebidas alcoólicas e o consumo de álcool entre adolescentes de 14 a 17 anos em Belo Horizonte, Brasil. Utilizando dados do estudo “Saúde em Beagá”, identificaram uma associação entre a densidade de estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas no entorno de 200 metros do domicilio dos adolescentes e o consumo recente de álcool. Identificaram que quanto mais estabelecimentos que vendem álcool para consumo no local, como bares, lanchonetes e restaurantes, havia nos arredores destes domicílios, maior era o consumo de álcool dos adolescentes. Por isso, uma das recomendações que oferecem os autores é que tais estabelecimentos deveriam concentrar ações de políticas públicas ligadas à fiscalização e ao controle de seu funcionamento, visando reduzir a venda para menores de idade. Este estudo é um dos poucos a avaliar a questão da densidade dos pontos de venda de álcool no Brasil e seu impacto nos padrões de consumo da população, apesar de haver ampla literatura internacional sobre este tema. De fato, no Brasil, foi possível identificar resultados semelhantes aos internacionais.
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